03 de Maio de 2008
Depois de uma noite mais bem dormida (fomos vencidos pelo cansaço), a alvorada foi bem cedo: temos 20Kms. para percorrer.
Pequeno-almoço, equipamento no carro e… rodas a caminho! Destino: La Peral, uma pequena e sossegada aldeia vaqueira. Aqui começava o nosso trilho, atravessando a aldeia, ao lado de um pequeno rio encravado entre duas íngremes encostas. Pouco depois o caminho suave, transformou-se numa subida, daquelas que tira o folgo a qualquer um. As palavras tornaram-se cada vez mais escassas até culminar num silêncio profundo e ofegante. Depois da maldita subida, chegamos ao cimo de um planalto com alguns currais. Daquele ponto via-se o pico do “El Cornón”, destino do dia anterior. Alguns abutres sobrevoavam por cima das nossas cabeças (enganaram-se! – cansados sim, mortos não!)
Recuperamos forças e continuamos a caminhada, agora num caminho mais plano acompanhados por algumas ilhotas de neve nos locais mais escondidos. Mais à frente, uma acentuada descida para a Braña de los Quartos, uma branda bem conservada, rodeada de gado, se bem que, acho eu, desabitada. Seguindo por um bonito vale verdejante e cultivado, depressa chegamos ao nosso destino: Braña de la Pornacal. Talvez a maior e a mais bem conservada branda de todo Parque. Lá fomos recepcionados por largada de bovinos aos pinotes, fazendo com que nós, mocinhos da cidade, saltasse-mos para dentro dos muros que ladeavam o caminho. É que ver aqueles quadrúpedes aos saltos, não sei se estavam contentes ou chateados por uma noite mal dormida e com aquelas longas acumulações de cálcio na testa!… Dá cá uma coragem para saltar muros!
A excitação acabou e pudemos, então contemplar a dita branda, tirar umas fotos e começar a mentalizar-nos que tínhamos de fazer o caminho de regresso.
-Chegou a hora! Agora o caminho parece mais difícil e mais longo. Alguns elementos acusavam algum cansaço acumulado dos dias anteriores (eu era um deles!). Umas breves palavras de animo antes da grande subida e pés a caminho. Realmente não foi fácil mas tudo mudou quando chegamos lá a cima: a partir dali era plano ou a descer. A meio do caminho avistamos algumas camurças, facto que contribuiu para alegrar mais a malta. Antes de começar a descer para o nosso destino, uma pequena chuva que não chegou a molhar as nossas roupas. Atravessamos La Peral, em direcção ao carro e seguimos para o campo base. -Vamos jantar fora! Em jeito de despedida, fomos ao restaurante comer uma comidinha local, regada por 5 garrafinhas de vinho. Para rematar, e já na tenda abrimos uma garrafinha de vinho do Porto mas, parte do vinho foi para regar as minhas calças. AS MINHAS CALÇAS LAVADAS!! Isso não se faz!
Fomos dormir que o nosso mal era sono. No dia seguinte não havia caminhada mas tínhamos uma grande viagem para casa, para junto das nossas famílias. É sempre bom voltar a casa!
Foram quatro dias magníficos, passados num Parque Natural desconhecido para nós, lindíssimo, onde ainda resiste o urso pardo, animal protegido e acarinhado pelos residentes que conseguiram a proeza de partilhar o mesmo habitat com este magnífico e raro animal.
Equipa: Antero santos
Januário Gonçalves
Francisco Sousa
André Neves
Luís Dinis
Jorge Sousa
Foram 4 dias espectaculares! Venham mais! Posso durar 100 anos mas nunca me vou esquecer das tuas calças novas:P lol.. ainda héi-de contar esta historia aos meus netos. rsrsrsrsrs Um abraço grande e forte ao grupo todo! Um saludo bota-rota
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