04 de Dezembro 2010
A semana prometia. Os termómetros baixaram drasticamente e Portugal, principalmente o Norte e as terras altas, cobriam-se de branco.
Nestas condições, há que ativar o sistema de alarme “Bota Rota”.
Uns telefonemas e… arranjou-se quórum para uma caminhada no Parque Nacional da Peneda – Gerês!
Nestas condições, o nosso grupo não é de se aventurar. Não temos grande experiência em ambientes nevados. Assim, decidimos fazer um pequeno trilho que eu gosto particularmente: Arado – Teixeira – Curral Carvalha das Éguas – Arado.
Equipamento às costas e toca a subir.
A neve dava pela canela, o caminho pedregoso estava coberto de neve, ocultando os desníveis e as pedras. Não é fácil progredir. Para além de nos enterrarmos, não sabemos o que está por baixo, quando colocamos o pé.
Mas a paisagem, toda ela modificada pelo manto branco, é magnífica!
A dada altura, reparamos que vinha mais um grupo atrás de nós mas, entretanto, desviou-se para iniciar a subida de uma encosta.
Chegamos ao prado da Teixeira. Ainda não tínhamos pousado as mochilas e avistamos um outro grupo, vindo dos lados da Pedra Bela, na nossa direção.
Era o grupo de caminhadas “Nevosa”.
Lá nos cumprimentamos e juntamo-nos para o almoço.
Os “Nevosa” não partilham da nossa ementa. Os Bota Rota são mais sandes e água; os “Nevosa” são mais fogueira, com carninha na grelha, vinho, etc., etc.
(Acho que vou mudar de grupo!)
Após degustar-mos a nossas sandes (e antes que nos cheirasse a churrasco) partimos em direção à Pedra Bela, subindo a encosta.
Seguimos pelo Curral Carvalha das Éguas, Varejeiro e Pedra Bela. Depois viemos pela estrada que liga Pedra Bela à Cascata do Arado.
Foi um passeio calmo, num dia cinzento, sem chuva. Estávamos a chegar ao carro, quando o último raio de sol se escondeu.
Mudamos o calçado e partimos com a ideia de um café quentinho!
Tínhamos andado 15 metros, ainda em cima da Ponte do Arado e as luzes do carro revelaram um par de botas de montanha, na berma da estrada, muito direitinho.
Incrédulos, fomos verificar se não seria uma miragem.
As botas, com algum uso, foram esquecidas no local. Resolvemos trazê-las.
Dois dias depois, ao navegar pelo facebook, encontro uma foto de uma pessoa, com as botas calçadas, no local onde nós as tínhamos encontrado.
Na legenda, lia-se que se procuravam as botas. De imediato entrei em contacto, para entregar as botas a seu dono.
Foi um final feliz para todos: para as botas, para o dono delas, que teria que comprar outras e para nós, porque é uma satisfação enorme poder ajudar os outros.
Um abraço aos meus companheiros, pela sua companhia. Alguns deles, faltaram e fizeram muita falta.
Jorge Sousa
Jorge!!!!
ResponderEliminarDe facto o mundo é pequenino... para alem de encontrares as botas de um colega de montanha, cruzaste-te com os Nevosa... logo no dia em que eu não fui;)
Ontem por exemplo se tivesses vindo conosco para alem dos petiscos que enumeraste também havia fondue de chocolate e armagnac...;)
beijinho e continuação de boas Caminhadas
Olá White Angel
ResponderEliminarEstá decidido!!! Com ementas dessas, tenho que mudar de grupo!
Vê lá se me arranjas uma vaga. ;D
Bj, muitos quilómetros nas botinhas, para 2011!