Bota Rota

Saudações trekkianas,

Bota Rota é o nome de um pequeno grupo de trekking que desde 2001 percorre vários espaços naturais só para contemplar o que melhor nos dá a Mãe-Natureza: os animais, as plantas, as paisagens, o silêncio e a camaradagem (aproveitamos e damos algum descanso às nossas cara-metade).

Para além da sensibilização para a conservação do meio ambiente e da biodiversidade, este espaço pretende ser uma exteriorização desses momentos vividos pelos elementos que compõem o Bota Rota.

Aqui, podem ler, contemplar e rir das nossas pequenas aventuras, através dos textos e das fotos que, a muito custo, trazemos para casa, pois após grandes distâncias percorridas, até as fotos pesam!

Como ainda não somos profissionais, as nossas actividades são poucas, pequenas e vagarosas. Portanto, não pensem que estão num blog de grandes montanhistas. Apesar de termos alguma experiência, alguns com mais de 25 anos, o objectivo do Bota Rota é viver, saborear, fotografar, conhecer e não ser um papa-quilómetros!

Espero que, neste espaço, consigamos transmitir toda a nossa diversão em campo e que se divirtam com as nossas vivências, que fazem parte desta curta vida, neste maravilhoso planeta a que chamamos Terra.

Jorge Sousa

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Trilho Fafião – Touça – Fafião


26 e 27 de Setembro 2009


Como habitual, em meados de Setembro saímos para uma caminhada de dois dias. Desta vez, com o “carapim roto” a acompanhar-nos.
Saímos bem cedo, em direcção ao PNPG, para fazer um trilho já nosso conhecido, embora ligeiramente modificado.
Assim, chegados a Fafião, equipamo-nos e… pés a caminho que hoje é só subir!
Partimos em direcção à ponte do Rio Conho e subimos para Chã de Touro de Trigo, Pousada e Carvalhosa. Perto dos Bicos Altos, encontramos uma senhora que guardava as suas cabras, então, aproveitamos e paramos um bom bocado a conversar com ela. Esta paragem veio mesmo a calhar para recuperar o fôlego! Após animada conversa, deixamos a senhora, passamos pela cabana Pradolã e seguimos em direcção a Coucão. Ainda a meio da tarde, chegamos à cabana dos pastores e, devido À escassez de água que vínhamos a notar, resolvemos não seguir para Rocalva. Esta decisão veio a revelar acertada uma vez que algum tempo mais tarde, um grupo de caminheiros chegou até nós procurando água porque na Rocalva não havia. Esta foi a primeira vez, no Gerês que tivemos algum cuidado com a gestão de água, sinal que está a chover menos.
Tempo quente, sem vento, alguns de nós resolveram dormir ao relento. Isto, depois de um animado jantar onde incluiu os famosos rissóis da D.ª Alice, que generosamente nos ofereceu, e o Licor de Pedras, um néctar caseirinho que o André importou para o grupo. Um Bem-haja para os dois!
No dia seguinte, depois do pequeno-almoço (sem o dito licor), arrumamos o equipamento e iniciamos uma longa descida pelo vale do Rio Laço em direcção à Touça. Mesmo, mesmo antes de chegar à Touça, deparamos com uma manada de barrosãos a barrar-nos o caminho. Ora como estes bichinhos são mansos mas impõem respeito, lá tivemos que fazer uma parte do percurso pelo leito do rio. Não, não foi com a água pelo joelho! Foi de pedra em pedra, os bichinhos estavam nas duas margens mas o caudal do rio não era grande.
Como ganhamos o gosto, foi de pedra em pedra que continuamos pela Corga do Salgueiro até à pequena albufeira do Porto da Laje. Aí tomamos um refrescante e apetecido banhinho, conspurcando aquelas águas límpidas verde-esmeraldas e forramos as paredes do estômago com
os víveres que restavam nas mochilas.

Refeitos, e apetrechados, continuamos pela margem do Rio do Porto da Laje, em direcção a Fafião. Quando começamos a ver as primeiras colmeias, nas imediações da aldeia, reparei num tractor que, ao longe se afastava e seguia na mesma direcção que levávamos. Corri, os outros começaram a assobiar e o tractor parou. Pedi uma boleia para cinco desgraçados “perdidos” no monte ao que o Sr. Manuel do Barroso acedeu prontamente. Uns no tractor, outros no reboque, no meio de algumas colmeias desfeitas, lá fomos instalados a massacrar o traseiro nas beiras do reboque. O Sr. Manuel do Barroso, homem maduro e conversador, acabou por desistir de fazer o trabalho seguinte para nos levar ao carro, revelando mais uma vez, a simplicidade, a prontidão e a simpatia destas gentes que povoam o Parque Nacional da Peneda Gerês.
Tivemos dois dias agradáveis, à semelhança de outras caminhadas feitas em Setembro, onde se fez sentir a falta de dois elementos do grupo. O Jorge André participou, pela segunda vez, numa caminhada Bota Rota, dando mostras de que o bichinho já lhe está a morder. Será que lhe passa? Jorge Sousa
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

2 comentários:

  1. Jorge,

    A cabana onde dormiram chama se a Cabana do Vidoeirinho,inconfundivel,ja la dormi, é a unica que tem uma arvora a porta e dentro do pequeno muro de pedra... De facto na Rocalva não ha agua, so mesmo no Vidoeirinho ou no Prado de Iteiro de Ovos (não passaram la, mas estiveram perto).

    A corga do Rio Laço é suberba, nao sei se passaram no Curral que ha la no meio da vegetação... parece uma clareira saida de um conto de fadas.

    Parabens, uma volta magnifica!!!

    Saudações montanheiras

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  2. Viva,
    Também faço parte de um grupo de amigos que tentam, sempre que possível, fazer montanhismo. Como não temos qualquer informação da existência de trilho para a descida do Rio Laço até à Touça, e como vi que já o fizeram, poderiam dar-me alguma informação mais detalhada sobre o mesmo?

    O meu email: vmgaspar@idit.up.pt
    Saudações ao grupo,
    Victor Gaspar

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