Bota Rota

Saudações trekkianas,

Bota Rota é o nome de um pequeno grupo de trekking que desde 2001 percorre vários espaços naturais só para contemplar o que melhor nos dá a Mãe-Natureza: os animais, as plantas, as paisagens, o silêncio e a camaradagem (aproveitamos e damos algum descanso às nossas cara-metade).

Para além da sensibilização para a conservação do meio ambiente e da biodiversidade, este espaço pretende ser uma exteriorização desses momentos vividos pelos elementos que compõem o Bota Rota.

Aqui, podem ler, contemplar e rir das nossas pequenas aventuras, através dos textos e das fotos que, a muito custo, trazemos para casa, pois após grandes distâncias percorridas, até as fotos pesam!

Como ainda não somos profissionais, as nossas actividades são poucas, pequenas e vagarosas. Portanto, não pensem que estão num blog de grandes montanhistas. Apesar de termos alguma experiência, alguns com mais de 25 anos, o objectivo do Bota Rota é viver, saborear, fotografar, conhecer e não ser um papa-quilómetros!

Espero que, neste espaço, consigamos transmitir toda a nossa diversão em campo e que se divirtam com as nossas vivências, que fazem parte desta curta vida, neste maravilhoso planeta a que chamamos Terra.

Jorge Sousa

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Sta. Maria del Puerto - El Cornón








02 de Maio de 2008

Depois de uma noite na tenda (onde eu nunca durmo bem!), bem cedo, preparamos o pequeno-almoço, o almoço e as mochilas e seguimos em direcção a Sta. Maria del Puerto, local onde se iria iniciar o segundo trilho deste fim-de-semana prolongado.
Iniciamos o trilho com uma bela surpresa: uma “sensual” cadela “mastim espanhol” - a quem demos o nome provisório de Sherpa – aproveitou a nossa boleia e acompanhou-nos o dia todo até finalizarmos o árduo percurso.
O início foi feito por meio de campos agrícolas, depois chegamos a uma subida acentuada onde vimos as primeiras ilhotas de neve. Do alto avistamos a aldeia que tínhamos deixado para trás, mas o nosso caminho é para a frente e as perspectivas eram duras: sempre a subir! Com, cada vez mais neve no encalço, continuamos a longa subida. O caminho estava sempre marcado mas quando não víamos à primeira as marcas, a “nossa” Sherpa já sabia o caminho de cor e salteado!
Já com os olhos no pico chamado “El Cornón”, fomos brindados por uma companhia feminina que se tinha separado do seu grupo depois de uma discussão sobre a direcção do trilho (se eles tivessem uma Sherpa!) Eu estava pasmado: uma companhia feminina, não era mau. Mas… duas! … no mesmo dia!
Depois de uma bucha continuamos o caminho, nesta altura a neve cobria quase todo o terreno. Nunca pensei que nesta altura do ano, a esta altitude encontrar tanta.
Chegamos a um ponto alto onde se via o vale que nos separava do pico. Dali para a frente estava tudo branco, eram mais de duas horas da tarde, o dia estava a ficar farrusco. Ponderamos e metade da equipa ficou ali, a outra metade e as meninas resolveram tentar o cume. Por mim, fiquei a fotografar quem tentou o cume. Não tinha equipamento adequado para o fazer. Equipamento que veio a fazer falta aos elementos que tentaram pois as botas não tinham piso para subir com tanta neve, não havia batons, indispensáveis para progredir, tanto na ascensão como no regresso.
Por essa razão é que só um dos nossos é que conseguiu atingir o cume mesmo assim, com equipamento emprestado por outra equipa que tentou o cume na mesma altura. Seja como for, o nome Bota Rota está escrito no cume do “El Cornón” pela mão do Tero. Este feito não se teria concretizado se a restante equipa o tivesse apoiado – todos os que praticam este tipo de actividade sabe que este trabalho é colectivo, por isso, para além do Tero, o Chico e o Janu estão de parabéns.
Os três chegaram à nossa beira eufóricos! Foi sem dúvida um momento de alegria para todos nós.
Depois de recompostos e de devolver a segunda menina à sua equipa que entretanto nos tinha alcançado pusemos pés a caminho, de volta ao local de início.
A volta fez-se sem problemas, apenas com uns pequenos tombos, próprios do cansaço que já se apoderava das nossas pernas.
Chegados à aldeia, a nossa “Sherpa” deu uma volta, em jeito de despedida, afastou-se ligeiramente e deitou-se à espera de nos ver partir. Assim o fizemos, mal tiramos o equipamento e nos instalamos no automóvel.
Depois de uma breve viagem, pela estrada sinuosa, chegamos ao nosso campo base para nos dedicarmos à culinária. A ementa era frango que devia ser regado com sangria, especialidade do André. Mas não foi… os 5 litros de sangria foram abertos cedo demais e o frango nem chegou a cheirá-la!
Depois de um bom repasto, lavamos a louça, preparamos o “hotel” e… ninho! Amanhã serão 20Kms.


Equipa: Antero santos
Januário Gonçalves
Francisco Sousa
André Neves
Luís Dinis
Jorge Sousa

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