Bota Rota

Saudações trekkianas,

Bota Rota é o nome de um pequeno grupo de trekking que desde 2001 percorre vários espaços naturais só para contemplar o que melhor nos dá a Mãe-Natureza: os animais, as plantas, as paisagens, o silêncio e a camaradagem (aproveitamos e damos algum descanso às nossas cara-metade).

Para além da sensibilização para a conservação do meio ambiente e da biodiversidade, este espaço pretende ser uma exteriorização desses momentos vividos pelos elementos que compõem o Bota Rota.

Aqui, podem ler, contemplar e rir das nossas pequenas aventuras, através dos textos e das fotos que, a muito custo, trazemos para casa, pois após grandes distâncias percorridas, até as fotos pesam!

Como ainda não somos profissionais, as nossas actividades são poucas, pequenas e vagarosas. Portanto, não pensem que estão num blog de grandes montanhistas. Apesar de termos alguma experiência, alguns com mais de 25 anos, o objectivo do Bota Rota é viver, saborear, fotografar, conhecer e não ser um papa-quilómetros!

Espero que, neste espaço, consigamos transmitir toda a nossa diversão em campo e que se divirtam com as nossas vivências, que fazem parte desta curta vida, neste maravilhoso planeta a que chamamos Terra.

Jorge Sousa

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Xertelo – Minas dos Carris - Xertelo













13 e 14 de Setembro 2008

Na primeira vez que percorremos este trilho, no ano passado, ficou a sensação que este seria novamente feito e, não seria muito tempo depois. Na verdade não é fácil encontrar um trilho tão bonito, com um grau de dificuldade médio e ainda visitar as emblemáticas Minas dos Carris. Já no local de partida, equipamo-nos, e… pés a caminho. Partimos em direcção ao Alto do Facho, passando pelo lado esquerdo do monte que dá o nome à aldeia. Sempre em direcção a norte passamos pelo Espigão da Lama de Pau, Alto das Portas do Castanheiro. Mais a norte passamos à direita do marco geodésico do pico do Castanheiro. Daí vê-se Pitões das Júnias. Sempre pelo cimo de uma série de picos, seguimos para o Salto do Lobo. Antes de chegar ao Salto do Lobo, vimos, exactamente dois exemplares desse fugidio e raro canídeo que dá o seu nome a esse lugar: Lobos! Não é a primeira vez que os avistamos mas é sempre uma emoção. Foi uma espécie de elixir para podermos e iniciar a subida para as Minas dos Carris.
Descemos até à Ponte das Abrótegas e acampamos no curral da cabana velha. Ao final da tarde, já estava-mos instalados, com a nossa tenda montada, a comidinha na mesa quando começa a chegar ao curral uma manada de bovinos. Pelo jeito costumam passar a noite no sitio que tinha-mos ocupado. Aproximaram-se curiosos e ficaram por ali um bom bocado. Ora nós, cheios de “respeito”, calados e sem fazer movimentos bruscos, lá nos mantivemos por ali. Só o Janu é que saiu para fora do curral e, em segurança começou a flashar a máquina fotográfica bem nos olhos das vaquinhas e do boizola.
- Olha lá ó Janu, se queres flashar os bovinos passas aqui para a frente. Não te pões aí atrás a provocar os moços!
Logo de seguida os bovinos lá se recolheram no outro lado do curral – estes currais são grandes, dá para o gado todo!
Durante a noite, acordei com outro cenário maravilhoso: os lobos estavam a uivar! Estas coisas… só visto!
Vim cá fora, fazer as minhas necessidades fisiológicas e, juntamente comigo levantou-se o meu irmão e o Janu (quando urina um português…). Comentei com eles se tinham ouvido os lobos. O Chico respondeu afirmativamente mas o Janu… começou a uivar. As “vaquinhas”, do outro lado ouviram, levantaram-se e apressaram-se em direcção aos “uivos”. Mais uma vez, cheios de “respeito”, metemo-nos na tenda sem fazer nenhum barulho, nem a respirar! Passados uns minutos ouço o Chico a dizer para o Janu: - Chega-te para lá! Não te agarres ao meu braço!
No dia seguinte, depois de tudo arrumado, rumamos para sul debaixo de um sol agradável. Esta parte do trilho, até à Lagoa do Marinho é de uma beleza extraordinária!
Abaixo do Alto da Surreira do Meio-dia, deixamos o estradão e depois de algum corta-mato seguimos um caminho a meio da encosta que ladeia a Ribeira de Cabril.
Seguimos sempre para sul e regressamos a Xertelo. Esta ultima parte é feita por estradões.
Este trilho é um bonito e espectacular percurso, daqueles que nos fica gravado na memória.
Para grande pena nossa, o Luís e o André não puderam estar presentes. Creio que também ficaram tristes pois, a ultima vez que fizemos este trilho eles estavam presentes. Jorge Sousa

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